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  • Foto do escritorWladinéia Danielski

NO QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO?Curtiu? Check-in!

Atualizado: 28 de fev. de 2021

Quantas vezes você já falou ou ouviu a seguinte expressão: “Sai deste celular!”


Já parou para observar pessoas na rua, em espaços públicos ou até mesmo dentro de sua casa, verificando a quantidade de sujeitos conectados em seus celulares?


Pessoas que, ao invés de relacionarem-se com os demais que estão ao seu redor, relacionam-se com os indivíduos que estão online?


Hartmann Junior (2006) nos aponta que vivemos uma época de individualismo, onde o sujeito, “na fumaça exaltadora de seu individualismo, vive as cinzas de sua insegurança psicológica nutrida pela solidão.” (p.25)


Oswaldo Montenegro em sua música intitulada Solidões aponta que “a solidão é uma cidade abandonada”. Neste mundo assim caracterizado as conexões virtuais, especialmente as mídias sociais, cumprem um importante serviço de colocar os indivíduos em relação, minimizando estados solitários, visto que oportunizam a aproximação entre os seres humanos. E isto é muito bom!


No entanto a grande questão é:

“Uma pequena bicada de conexão online pode adicionar um grande gole de conversação real?” (Moreno, 2016, p.275), ou o que se apresenta neste espaço virtual é um espetáculo de exposições privadas e individuais, esvaziadas do tônus relacional?


A resposta é sim para as duas possibilidades, pois as mídias sociais atendem a um impulso humano de pertencimento e de auto expressão, mas que, quando vivenciadas em exagero, provocam a antítese do seu potencial. O exagero, a exposição desmedida, o espetáculo contínuo de bem estar, a necessidade do outro reagindo às postagens como forma de validação da auto-estima, abrindo o espaço vaidoso e exibicionista do que antes era privado, inaugura uma era do vazio de sentidos consistentes para a vida. Neste caso a noção de rede é perdida, o viajante virtual faz sua viagem para dentro de si mesmo, para sua individualidade e necessidade, tornando-se um “zumbi cibernético”.


Portanto o sentido do existir é reinventado pelo espetáculo apresentado pelo sujeito nas mídias sociais, contendo em si a solidão e aprisionamento ao “curtir” do outro.

Acredito que se fizermos um “Check-in” na nossa existência, experimentando o nosso ser com as pessoas e não para as pessoas, talvez experimentemos encontros genuínos na virtualidade, que nos ajudarão a enriquecer nossas relações sociais, aumentar a criatividade, melhorar a espontaneidade e ampliar a rede relacional.


Precisamos nos harmonizar para viver em um mundo dominado pela tecnologia, e ainda encontrar maneiras de gerenciá-lo para fins humanos.


Curtiu?


HARTMANN JUNIOR, José Antônio S. Depressão: resistência ou desistência existencial? Dissertação de Mestrado, Recife 2006.

MORENO, Jonathan D. Impromptu Man: J. L. Moreno e as origens do Psicodrama, a cultura do encontro e das redes sociais. São Paulo, FEBRAP, 2016.

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